se por caso descobrires diz qualquer coisa, é a segunda vez que aqui venho parar (com 4 anos de intervalo), novamente por causa da inquietação do pólen
Como será possível acreditar num Deus criador do Universo, se o mesmo Deus criou a espécie humana? Por outras palavras, a existência do homem, precisamente, é o que prova a inexistência de Deus. José Saramago, Cadernos de Lanzarote, Diário I (2 de Maio)
Cidade. Casas. Gente. Conversas de vizinhas. Vidas. Cidade. Casas com dono ausente. Mas ainda com gente. Lamentos de vizinhas. Vidas. Cidade. Casas que se desfiguram. Gente envelhecida. Lágrimas de vizinhas. Vidas. Cidade. Casas que se emparedam. Porque já não há gente. Nem vizinhas. Nem vidas. Susana Figueiredo, Janeiro/2011
Da paragem de autocarro à minha casa são cerca de dez minutos a pé pela zona mais antiga de Queijas, que é habitada pela população idosa da vila. Há uma velha senhora que deve ter já muito pouca mobilidade e que vive num dos vários rés-do-chão por que passo no caminho. Essa senhora, de rosto afável apesar da possível doença de que sofre, gasta - pelo menos - os seus fins de tarde sentada ao pé da janela, a observar os que passam. São momentos tão mais breves quanto mais rápidas as passadas do transeunte. Mas, para ela, é a diferença entre a tristeza e a alegria, pois a velha senhora sorri sempre se olharmos para ela. E eu olho, porque uma das boas coisas da vida neste mundo-cão é receber um sorriso bondoso de um desconhecido. E retribuo o sorriso.
se por caso descobrires diz qualquer coisa, é a segunda vez que aqui venho parar (com 4 anos de intervalo), novamente por causa da inquietação do pólen
ResponderEliminar