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A mostrar mensagens de abril, 2011

O louco

I A perfeição. O objectivo de cada instante O motor de tudo mais Na busca eterna, insaciável, incansável, na busca pela perfeição o louco inicia a sua marcha Devagar, tacteia prudentemente o caminho À medida que avança, O louco sabe até onde pode ir sabendo também que não será mais perfeito do que já é porque é humano. No entanto, prossegue. Os passos do louco são cuidados. Ele saboreia a viagem. Sente o sol,  o seu derradeiro raio a tocar-lhe no rosto não deixando de saber que se der um passo mesmo que imperceptível um pequeno passo em frente, entra nas trevas. Invariavelmente, o passo é dado E o louco sente, impotente, que perdeu uma vez mais Que é, de novo, o eterno derrotado da sua inexequível luta. II Quando o louco passa a barreira sente o seu senso, transformado em ar e sangue, a fugir. Os pulmões ficam plenos de um ar viscoso que deixa de ser ar. As veias esvaziam-se de sangue deixando um nada que passa a estar repleto de medo. A inércia é