Son(h)o. Ou a sua ausência.
Longa vai a noite e persistente a insónia. Esta amiga não me visitava há já algum tempo. É insónia de exaustão. Nas últimas noites o descanso tem-me escapado pelos dedos. Tenho sonhado como não me acontecia há mais de um ano. Quando sonho muito, demasiado, é sinal de que as minhas forças estão no fim. Tenho tido pesadelos, daqueles que me fazem acordar aos gritos. Desses não me lembro, só sei porque me contam que os tive. Não me lembro de gritar. Não me lembro de os ter sonhado. Tenho tido sonhos bizarros, onde uma série de pessoas me fazem confidências sobre coisas que preferia não saber, onde choram no meu ombro, onde me seguem, onde me perseguem. Pessoas que conheço. Pessoas que não conheço. Pessoas próximas mas que estão, de algum modo, diferentes. Fisicamente. Intelectualmente. Desses vou-me lembrando, uns melhor, outros pior. Noutros, sonho sempre com a mesma pessoa. O contexto muda, mas a pessoa é a mesma dia, após dia, após dia...